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Fortaleza - Ceará – Brasil

Radiocirurgia

O que é radiocirurgia?

Descrever de maneira entendível como “operação sem corte usando radiação” poderia soar excessivamente simplista e precipitado, mas é igualmente direto e honesto. 

Concebida pelo neurocirurgião Lars Leksell (1907–1986), tecnicamente pode ser descrita como procedimento que utiliza alta dose de radiação (> 10 Gy) em dose única ou de maneira hipofracionada (até 5 sessões) com extrema precisão. Aqui o termo chave é “extrema precisão” (tal qual um bisturi, fazendo jus a “cirurgia” no nome do método): rigorosamente tendo controle da dose no alvo escolhido (um tumor cerebral ou a raiz do nervo trigêmeo em caso de nevralgia, por exemplo), é possível utilizar-se das referidas altas doses de radiação (poupando tecido saudável) e tratar pacientes que não poderiam ser abordadas por neurocirurgia convencional ou radioterapia. 

Já é utilizada nos principais centros neurocirúrgicos do mundo há décadas, com segurança e eficiência comprovada largamente, mas ainda estamos engatinhando no Brasil. Para sua correta execução, segundo a International Stereotactic Radiosurgery Society (ISRS), autoridade internacional máximo no estudo e qualificação dessa modalidade terapêutica, é mandatória a participação de médico radioterapeuta e de neurocirurgião qualificados para o correto tratamento.

Quando fazer Radiocirurgia?

Radiocirurgia tem papel no arsenal neurocirúrgico de duas formas: como tratamento primário e como tratamento complementar ou secundário. A adoção de uma dessas modalidades está relacionada à possibilidade de neurocirurgia de maneira segura e eficiente.

Idealmente, tumores cerebrais e malformações arteriovenosas (MAV’s) devem ser tratadas por neurocirurgia convencional, isto é, craniotomia e retirada da lesão. É incontestável que uma ressecção completa, se exequível e realmente curadora, está associada ao melhor prognóstico para o paciente.

Porém existem estruturas ditas “nobres” que não podem ser danificadas mesmo que minimamente. Não raro o neurocirurgião se depara com condições em que uma cirurgia convencional poderia acarretar alta morbimortalidade relacionada a essas áreas “intocáveis”. A manipulação desse tecido cerebral altamente funcional, seja por ser a topografia acometida pela doença, seja por estar no “caminho” para se acessar a lesão, poderia provocar déficits graves ou mesmo morte. São as condições ditas “inoperáveis” pela técnica cirúrgica convencional.

A radiocirurgia como tratamento primário tem protagonismo nessas situações. É possível abordar essas lesões visando com que não mais cresçam (no caso de tumor) ou sangrem (no caso de MAV e cavernoma). Repare que a lesão não será retirada, porém se objetivará a sua inativação, e, portanto, controle ou cura da doença, com consequente melhoria da qualidade de vida e sobrevida do paciente.

Outra situação em que a radiocirurgia pode ser vista como opção primária é quando o paciente tem comorbidades importantes, como insuficiência cardíaca e/ou respiratória, que comprometeriam a segurança de uma neurocirurgia convencional. O paciente não “suportaria” uma cirurgia de grande monta. 

Já o tratamento complementar ou secundário é feito após a ressecção total ou parcial (subtotal) de um tumor cerebral. O tratamento radiocirúrgico do leito tumoral (o espaço ou cavidade antes ocupado pela neoplasia) ou da lesão remanescente, poderá diminuir as chances de recidiva ou recrescimento. A radiocirurgia nestas situações é uma excelente estratégia para impedir que células tumorais residuais após a neurocirurgia se multipliquem.

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