CRM-CE 14014 | RQE 9200

Fortaleza - Ceará – Brasil

Dor no Pescoço

Tremor essencial, o tipo de tremor mais comum

Em maior ou menor grau, Tremor Essencial é francamente o distúrbio do movimento mais comum, muito mais prevalente do que a Doença de Parkinson. Diferente do Parkinson, o tremor pode estar presente em outras partes do corpo além das mãos (como a cabeça e mandíbula) e fica mais evidente, por exemplo, quando se executa movimentos finos (manipulando objetos como xícaras ou chaves em fechaduras) ou quando há uma carga emocional importante (estando “nervoso” por falar em público ou em uma conversa difícil). 

Há um componente genético (familiar) mais relevante do que no Parkinson. Apesar de bastante comum na população, a proporção de acometidos que vai demandar uso de medicação é pequena, sendo isso indicado quando há de fato algum prejuízo para o portador, como embaraço social ou dano profissional (trabalhadores manuais). O médico neurologista idealmente é quem deve avaliar essa necessidade e fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais, tem papel importante na qualidade de vida desses pacientes. Existe também tratamento neurocirúrgico, porém para casos de exceção em que não há controle satisfatório dos sintomas.

Qual a diferença de progressão entre Parkinson e Tremor Essencial?

São condições completamente diferentes! Doença de Parkinson tem uma postagem própria repleta de informações no nosso site, e contamos com alguns livros, também aqui no nosso site, em que falamos sobre essa doença.

A diferença de progressão entre os tremores em Doença de Parkinson e em Tremor Essencial é um dos pontos semiológicos capitais para ajudar a diferenciar as duas condições: enquanto no primeiro, por definição, é de se esperar que ocorra piora dos sintomas ao longo do tempo (inclusive há o aforisma “se não progride, não é Parkinson”), essa piora não é tão exuberante no segundo tipo. 

Claro que haverá sim algum grau de acentuação do tremor em idades mais avançadas – não é de esperar que alguém na quinta ou sexta década de vida tenha a mesma destreza de que um(a) jovem de vinte anos – porém esse aumento é bem mais lento e discreto, não sendo muitas vezes perceptível para o acometido e seus familiares.

Também é oportuno frisar que é plenamente fisiológico e normal haver um certo grau de tremor em qualquer pessoa, mas que isso só deve ser visto com uma condição passiva de tratamento (inclusive com neurocirurgia em alguns casos) quando a condição de fato interferir na qualidade de vida e dia-a-dia.

Como tratar?

Os pacientes que irão precisar de intervenção específica são uma parcela muito pequena, limitando-se, basicamente, a trabalhadores manuais que tem o desempenho laboral limitado pela condição. Além da abordagem multiprofissional, como terapia ocupacional e fisioterapia, o tratamento medicamentoso é feito com betabloqueadores (como o Propanolol, também usado em condições cardíacas) e alguns antiepilépticos. Caso ainda assim não ocorra controle satisfatório, pode-se lançar mão de neurocirurgia com implante de DBS (“marca-passo cerebral”, já abordado aqui no nosso site no contexto de Doença de Parkinson), no qual impulsos elétricos enviados a determinada estrutura cerebral (no caso do tremor essencial, o núcleo talâmico ventral intermédio) provoca grande benefício dos sintomas. Também vem ganhando notoriedade o tratamento radiocirúrgico com Gamma Knife, que tem a vantagem de não envolver cirurgia para implante de aparelhos ou devices. 

Cabem aos médicos envolvidos, neurocirurgião e neurologista, explanarem as limitações e vantagens de cada estratégia. Na dúvida, procure um médico de confiança. Conte conosco.